por Margô Dalla e Júlia Abreu de Souza
Entrevista
com Ricardo Sá, diretor do curta metragem Divina
Luz sobre Dora
Vivacqua, aliás, Luz del Fuego, lendária dançarina naturalista dos
anos 50 que, neste ano de 2017, completaria 100 anos.
Local: Teatro
Munganga em Amsterdã, onde houve a apresentação do filme e da
exposição sobre a atriz.
Margô, Ricardo e Júlia |
-Como é que fez para chegar até aqui? São apenas
5minutos de suas andanças que a gente quer.
Foi
através do convite da Margô Dalla
para fazer a
exposição em Amsterdã e mostrar meu filme assistido
em
Vitória; conseguimos algum apoio do governo do Estado do
Espírito
Santo e de um pessoal de Paris. Somos todos
capixabas! Luz
del
Fuego,
Margô e eu!
-E
a Luz de Fuego, como foi
parar na sua vida tantas
gerações depois?
Uma
amiga falou de um livro sobre ela, contou que Luz del
Fuego faria 100 anos agora e isso despertou a curiosidade,
deu vontade de comemorar o centenário desta capixaba que
ganhou o mundo. Tem um filme de 1982, uma ficção que
conta a história, mas não é nada do que ela foi nem o que
viveu. Eu comungo dos seus ideais sobre a preservação do
ambiente, do amor pela natureza e me sensibilizei com a
luta para valer o seu discurso.
Fuego faria 100 anos agora e isso despertou a curiosidade,
deu vontade de comemorar o centenário desta capixaba que
ganhou o mundo. Tem um filme de 1982, uma ficção que
conta a história, mas não é nada do que ela foi nem o que
viveu. Eu comungo dos seus ideais sobre a preservação do
ambiente, do amor pela natureza e me sensibilizei com a
luta para valer o seu discurso.
-Ela usou a nudez ...
Para chamar atenção de várias causas, sem dúvida.
Apareceu na mídia
em 1944 dançando com cobras, já tinha
mais de 30 anos, uma dançarina “idosa” na época. Foi uma
enorme sensação, dançou em circos, ganhou enorme
notoriedade, atuou em teatros de revista e também nos
espaços tradicionais do Rio. Foi a vedete mais famosa do
Brasil, tinha um público fiel.
mais de 30 anos, uma dançarina “idosa” na época. Foi uma
enorme sensação, dançou em circos, ganhou enorme
notoriedade, atuou em teatros de revista e também nos
espaços tradicionais do Rio. Foi a vedete mais famosa do
Brasil, tinha um público fiel.
-E
como foi vista pela imprensa da época?
Os jornais a davam como louca, foi presa algumas vezes,
caçoavam. Não fizeram justiça ao que ela queria
representar. Isso comprometeu a sua trajetória.
Os jornais a davam como louca, foi presa algumas vezes,
caçoavam. Não fizeram justiça ao que ela queria
representar. Isso comprometeu a sua trajetória.
- E aí?
No
meio da fama total, ela se cansou das críticas e se
refugiou numa ilha na Baia de Guanabara, concessão da
marinha do Brasil, para se dedicar ao naturismo, na época
conhecido como naturalismo. Foi a primeira pessoa na
América Latina a praticar isso. Fundou o clube naturalista
brasileiro que fazia parte da Confederação Naturalista
Europeia com sede na Alemanha.
refugiou numa ilha na Baia de Guanabara, concessão da
marinha do Brasil, para se dedicar ao naturismo, na época
conhecido como naturalismo. Foi a primeira pessoa na
América Latina a praticar isso. Fundou o clube naturalista
brasileiro que fazia parte da Confederação Naturalista
Europeia com sede na Alemanha.
-
A ilha do Sol era visitada?
Sim,
havia várias atividades ligadas ao naturismo. O clube
tinha estatutos, regras rígidas, não era de forma alguma um
espaço para libertinagem como a mídia gostava de enfatizar.
Eu quis lhe dar um pouco de justiça, de reconhecimento
divulgando seu pensamento libertário. Só isso.
tinha estatutos, regras rígidas, não era de forma alguma um
espaço para libertinagem como a mídia gostava de enfatizar.
Eu quis lhe dar um pouco de justiça, de reconhecimento
divulgando seu pensamento libertário. Só isso.
-Hoje
você está aqui, Ricardo. Amanhã?
Amanhã
vou para Paris, depois para a Suécia, Bruxelas,
EUA, mostrar o filme em festivais.
EUA, mostrar o filme em festivais.
-E
o próximo projeto?
Sempre
refletindo o Brasil, pretendo fazer um documentário
sobre o Rio Doce, sobre os índios Botocudos. O desastre, a
lama.
sobre o Rio Doce, sobre os índios Botocudos. O desastre, a
lama.
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Rita
Lee com Cassia Eller Luz del Fuego
Eu hoje represento a
loucura
Mais o que você quiser
Tudo que você vê sair da boca
De uma grande mulher
Porém louca!
Mais o que você quiser
Tudo que você vê sair da boca
De uma grande mulher
Porém louca!
Eu hoje represento o
segredo
Enrolado no papel
Como luz del fuego
Não tinha medo
Ela também foi pro céu, cedo!
Enrolado no papel
Como luz del fuego
Não tinha medo
Ela também foi pro céu, cedo!
Eu hoje represento uma
fruta
Pode ser até maçã
Não, não é pecado,
Só um convite
Venha me ver amanhã
Mesmo!
Pode ser até maçã
Não, não é pecado,
Só um convite
Venha me ver amanhã
Mesmo!
Amanhã! amanhã!
amanhã!
Eu hoje represento o
folclore
Enrustido no metrô
Da grande cidade que está com pressa
Enrustido no metrô
Da grande cidade que está com pressa
De saber onde eu
vou
Sem essa!
Sem essa!
Eu hoje…
Muito boa entrevista!
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